quarta-feira, setembro 29, 2004

O cyber café

onde me encontro agora é catita e tem a grande qualidade de ser à borliú.
É óptimo para ver os mails e ler os comentários que me deixam aqui (sempre tão simpáticos como escassos) . Mas o meu querido teclado lá de casa, e o brilhozinho do meu monitor, verdadeiro espelho mágico... que Saudades!

domingo, setembro 26, 2004

o diagnóstico

continua reservado. Só aqui vim fazer um visitinha de cortesia, é domingo né?

sábado, setembro 25, 2004

Não há novidades

profundas.
A modernidade nas artes não é mais que roupagem nova sobre assuntos antigos.

sexta-feira, setembro 24, 2004

A Lusofolia

está de quarentena no pavilhão das infectocontagiosas.
Parece que lhe atacou uma virose brava. Mas não fiquem em cuidados que já está a levar com um choque de antibióticos que nem vos conto...
Entretanto aqui no Cyber da Expo táss bem... só não posso ter a chávena do café aqui junto ao teclado nem fumar. ( very clean ) Por isso vim só cá dizer-vos isto e vou para casa acompanhar a recuperação do meu instrumento.
Um abraço!

Escravo estagiário

A situação dos jornalistas estagiários que se encontram hoje a prestar serviço não remunerado em muitas redações é uma situação de esclavagismo muito semelhante à dos aprendizes nas oficinas do século passado, que só depois de muito penarem e do Mestre entender que já podiam ascender a ajudantes é que começavam a auferir o modesto salário de operários.
Hoje já não há projectos jornalisticos, são tudo projectos económicos. Muitos dos jovens desta nova geração já perderam muito do idealismo que os motivava quando começaram, e correm o risco de se tornarem pessimistas, espécie de superlativo de mauistas que é o foram muitos dos seus antecessores.

quarta-feira, setembro 22, 2004

Meninas, confirmem ou desmintam

Uma das razões que tem desencadeado desde há séculos o anti semitismo é de carácter sexual.
"Parece" que os homens circuncidados estão mais aptos a proporcionar prazer às suas parceiras. A tão ambicionada "ida às núvens"! Isto em termos de equipamento, claro, porque em termos de skills já vai de cada um, penso eu.
Eu, por exemplo...Cala-te!
Só mais uma coisa. É o "carcanhol"... Parece que também é um afrodisíaco muito eficiente, melhor que Pau de Cabinda.

terça-feira, setembro 21, 2004


Uma das grandes diferenças entre as culturas judaica e cristã é que, para aquela, o estado de pobreza não dignifica a pessoa humana, é um estado que deve ser abandonado tão cedo quanto possível.

O círculo de blogs


que eu visitava habitualmente, e a nebulosa dos que me visitavam a mim, subitamente, alteraram-se. Desde sábado passado. E devo confessar que demasiado subitamente para meu gosto, e para o que costuma ser o "normal funcionamento" da blogosfera.
O alargamento que se vai dando, lentamente, na esfera de cada blog, tem muito de aleatório. É essa uma das características, e um dos encantos desta comunidade.
Estou portanto ainda a fazer a digestão do jantar. Da comida já me esqueci e ainda bem!
Tem piada, não sabia que aqui também podia existir o efeito do Jet-lag, mas existe, e já vai passar...

domingo, setembro 19, 2004

O Capuchinho Vermelho

(2ªedição)
O Capuchinho Vermelho morava com a Avó em Benfica e todas as sextas-feiras a Avó preparava uma cestinha com fruta e guloseimas que Capuchinho ia levar carinhosamente à Mãe que estava em Tires. Todas as sextas-feiras a Avó lhe dizia as mesmas coisas: - Cuidado com o trânsito, tem atenção aos comboios, olha os horários, e sobretudo não converses com estranhos. Sai da estação direitinha. Ouviste, Capuchinho? Lembra-te bem do caminho. Todas as semanas igual. Todas as semanas as mesmas guloseimas e as mesmas recomendações. Tem cuidado e não te esqueças de dar um beijinho à tua Mãe!
Com o nariz colado ao vidro da janela do comboio, Capuchinho olha a paisagem que corre desfocada. Tudo tão triste, tudo sempre tão igual. Com o dedinho sobre o vidro embaciado, vai desenhando malmequeres e margaridas sobre o fundo verde de um pinhal. Árvores que correm noutra direcção, sombras, luz, e de repente aquela flor tão linda e solitária lá atrás. Imagem tão fugaz, que flor será? Óh...já não se vê, ficou para trás. O comboio abranda, vai parar. Não é aqui ainda... mas que importa? Não resiste, a porta abre e ela sai em louca correria pelo campo. Poisou a cesta e corre agora entre os pinheiros, naquela ânsia louca de encontrar aquela flor. Corre e procura e bate-lhe o coração mais depressa. O que será aquela sombra que a persegue e que pressente, ora aqui, ora acolá? E eis que surge de repente. Ele ali está, à sua frente. O Lobo Mau! Ela parada. Ele a sorrir. E traz na mão a tal flor que ela procura, e que lhe estende, e que ela aceita fascinada. E dão-se as mãos, toca uma valsa, e os dois bailam felizes, por entre os malmequeres e as margaridas no pinhal.

Nem de propósito...

"Não sabemos

o que se passa connosco, é precisamente isso que se passa connosco!"
Tinha prometido a mim mesmo que iria, assim que pudesse, procurar Ortega Y Gasset.
Aliás agradeci pessoalmente a dica ao nosso amigo da Planície Heróica. (Ganda nome!)
Pois fiquei a saber que esta famosa frase
"Yo soy yo y mi circunstancia
y si no la salvo a ella no me salvo yo"

tem este segundo verso que lhe acrescenta uma outra dimensão filosófica.

Este é

o meu primeiro post depois do nosso jantar blogueiro - para os que compareceram.
Mas sobre isso falarei depois. Ainda estou a fazer a digestão...

(Entretanto era para ter pedido água das pedras mas como pensei que não havia, optei por pedir um whisky.)
...e sendo assim aproveito e agradeço aqui a belíssima companhia que tive ao jantar do Universo Assimétrico e do seu Universo Paralelo, e da simpática paciência que demonstraram para comigo.
Quanto aos outros, falarei deles conforme me for lembrando. Quanto às outras, prometo não me esquecer de nenhuma. E não fiquem tristes com esta aparição minha tão fugaz. Outras virão, ou outros!






sexta-feira, setembro 17, 2004

No presente

somos tudo o que resultou do passado.
... eu escolhi o amor e a palavra escrita. É por causa disto que ainda guardo no roupeiro uma caixa com cartas, porque o que escrevemos é talvez a única coisa que revela mais de nós do que nós, os próprios.


Numa outra volta pelos convivas de amanhã encontrei este texto bem bonito




Ainda o tal jantar

Sousa Tavares hoje ao Independente

diz várias coisas que, como quase sempre, eu subscrevo.
...secretários de Estado com vinte e sete anos que chegam ali e pensam que a importância que têm lhes advém da largura do nó da gravata.
Santana é um puro produto disso. Nasceu para a política com vinte e tal anos e nunca fez mais nada na vida...ele não sobrevive cá fora, no mundo onde nós estamos.
- Aumentar o salário dos políticos seria então uma forma de solucionar essa falta de qualidade da classe?
- Julgo que sim. Para atrair os melhores é preciso pagar bem.

Mas aqui discordo: Quem tem de facto poder são os banqueiros e os grupos económicos, a quem ele faz referência, e a quem esta fauna serve às mil maravilhas. Esses nunca aceitariam que viessem outros, competentes e com o tal espírito de missão, e lhes fizessem perigar os chorudos proventos. Além disso, iria inflacionar os salários que alguns irão receber quando sairem do governo, nos inúmeros Concelhos de Administração que os esperam, como forma de retribuir os "fretes".

O sucesso e a fama

também podem vir pela cama.
A Bruninha Surfistinha, brasileira urbana, esperta, qualquer dia está rica.
Se tiver juízo! Porque ela é puta, isto no bom sentido do termo, claro. E tem um blog, e é ela própria que diz - "Sou garôta de programa!" Que é o nome que têm as putas lá no Brasil. As novas, que as mais velhas passam a maior parte do tempo à portas das penitenciárias e não têm vagar para estas frescuras.
De blogs, por exemplo, onde ela conta tudo, ou inventa tudo, e é um sucesso. Já tinha sido entrevistada antes por causa do blog, e não só... e foi isso que a tornou conhecida. Agora foi convidada para um programa de televisão- "Então hoje eu estarei num programa ao vivo do Super pop da Luciana Gimenez... não faço ideia que programa seja, mas num país daquele tamanho, as audiências são sempre aos milhões. O tal IBOPE, como eles dizem. "Não posso deixar que nenhuma oportunidade passe em vão"
Vai ser famosa! Não é o que ela queria? Depois já podes começar a ir às Festas dos Famosos... Oh! Teresa Guilherme, tu andas distraída! Queres que seja eu a falar ao Balsemão?

quinta-feira, setembro 16, 2004

Fala o Guru

"Cerca de 20 a 30 blogues portugueses fornecem todos os dias novas ideias, reflexões, informações, que um cidadão avisado e culto não deve perder...

"Nenhuma análise hoje do estado da comunicação social em qualquer país onde existe um sistema mediático - jornais, rádios, televisões - pode ser feita sem incluir os blogues...

"Excluam-se os blogues e a comunicação social seria diferente. Não porque os blogues sejam lidos por muita gente, mas sim porque são lidos pela gente certa...

"Os jornalistas, principalmente da imprensa escrita, vão hoje buscar imensa coisa aos blogues, umas vezes citam, outras não, e os leitores dos jornais desconhecem a importância dessa contribuição...

"É nos blogues, e na sua diversidade política e cultural, que se encontram as críticas muito duras à manipulação informativa que são impossíveis de fazer nos media...
(texto de Pacheco Pereira hoje no Público)

a teoria da batata

José Eduardo Agualusa disse há pouco tempo a um jornal brasileiro que não gostava muito do pessimismo do Saramago, aliás, de uma forma geral achava que os autores portugueses eram muito melancólicos e pouco dados a optimismos.
Já em tempos Pepetela defendia a tese que os portugueses eram neuróticos e depressivos porque comiam muita batata. Talvez.
Eu que não sou autor, mesmo assim, pelo sim pelo não, já há tempos que deixei de comer batata. A última que saboreei com gosto foi aquela do Maniche cá de fora da área. Viram? Putaquepariu!!!
PS: Sobre os escritores portugueses e o Agualusa também escreve o blog de esquerda, e melhor que eu. Ainda não li os comentários, que são imensos. Leiam...

Segredo - alma do negócio

"...que género de assuntos serão suficientemente aliciantes para levar os dirigentes desta elite e os seus acólitos a reunirem-se secretamente para os debater longe dos jornalistas?"
Pergunta interessante esta aqui.

Jam tarada

Da volta que tenho estado a dar pelos blogs cujos autores já prometeram aparecer para jantar, este já é o segundo a que faço aqui referência hoje. Os "grandes homens"podem ficar na história, mas são as pessoas anónimas que fazem o Mundo girar. O que é bonito, para além da qualidade dos blogs, é a beleza da diferença que há entre um blog feminino e um blog masculino. Estou surpreendido!

quarta-feira, setembro 15, 2004

Como se pode ver


O nosso amigo Zecatelhado anda
atarefadíssimo para que não nos falte nada!

Não sei se aguentarei a espera

Agora que a Madona foi embora,
fica aqui um cheirinho do Tom Waits.
Agradecimentos aqui.

Açúcar amargo

Desde a Idade Média até à época das Descobertas, o açúcar, que era um produto de luxo na Europa, reservado às classes altas, era produzido, ao que se sabe, na região do Médio Oriente - Síria, Egipto, Creta e Sicília, e no sul de Espanha também. E há em arquivos no Cairo registos da época que dizem que a produção e comercialização do açúcar nessa altura estava na mão de Judeus locais.
Quando o consumo se generalizou na Europa e chegou à península Ibérica, foram também Judeus locais que tomaram a seu cargo o negócio e se encarregaram de o expandir. Foram responsáveis, muitos deles, pela introdução do cultivo de cana-de-açúcar, primeiro na Madeira e depois na costa de África e Brasil, tornando-se assim produtores também e trazendo o controle do negócio para ocidente. No Brasil, em pouco mais de meio século - o tempo que nos separa hoje da segunda guerra mundial - alcançaram grande sucesso e fortuna, tomando rapidamente conta do negócio no Atlântico e na Europa.
A partir de 1580, data da "unificação" da península Ibérica, intensifica-se a inquisição em Portugal e depois no Brasil, onde a expulsão de muitos produtores os leva para outras paragens no Caríbe. Outros internam-se no sertão e iniciam uma verdadeira caça ao ouro e às pedras preciosas, sobretudo na região de Minas Gerais. Os que regressam à Holanda deixam aos portugueses apenas a produção, continuando eles a dominar o negócio.
Visto de um ponto de vista estritamente económico, não passou de um meio de apropriação ilegítima, que o tempo acabou por revelar um fracasso.
Muitos dos Holandeses que fogem do Brasil são descendentes de portugueses que em vez de regressarem à Europa, resolvem rumar para norte e ajudar a fundar a cidade de New Amsterdam, hoje Nova York.
Já no séc.XX, com o nazismo no centro da Europa, a deportação de judeus e todo o holocausto, não se tratou de nada muito diferente. Curiosamente nessa época o negócio do açúcar ainda se mantinha em mãos judias polacas.
Hoje, esta nova inquisição que divide grande parte da humanidade, é também um meio utilizado na luta pela apropriação do poder económico.
Já não será o açúcar, mas os nossos motores não podem parar de fabricar doces.

terça-feira, setembro 14, 2004



"...bin Laden é um grande homem, um líder ímpar, carismático, objetivo, que já garantiu com justiça e habilidade seu lugar na história. Um líder capaz de unir seu povo como há muito não se via no mundo muçulmano - bom esclarecer que grande homem não quer dizer homem bom".

segunda-feira, setembro 13, 2004

Noosfera e meditação


À muitos posts lá para trás escrevi sobre a noosfera, mas quero agora acrescentar qualquer coisa:
A ideia de noosfera é atribuída ao filósofo francês Theilhard de Chardin, nos anos 1920. Assim como existe a atmosfera, também haverá uma espécie de mundo das ideias, constituído pelas coisas do espírito, produtos culturais, linguagens, teorias e conhecimentos. Todos nós alimentamos a noosfera quando pensamos e nos comunicamos. As consequências são imprevisíveis, nunca sabemos o que as pessoas farão com as ideias, podem até morrer por elas.
Assim, a noosfera exerce uma influência decisiva sobre os nossos comportamentos. Ou, como disse Edgar Morin, "as ideias que possuímos são capazes de nos possuir". (Alô Ademir)
Pergunto eu agora:
Será o exercício da meditação uma fuga à esfera de influência da Noosfera?
Entretanto encontrei este artigo, bem interessante, para quem se interessar.

"A fé e os Impérios"

O refluxo das Descobertas está a transformar-se num verdadeiro Tsunami que acabará por desabar sobre o continente Europeu. A "missão civilizadora" que os europeus espalharam além mar foi tal, que povos cujos territórios colonizámos, que possuem imensas riquezas naturais e em cujo solo tudo cresce, vivem hoje numa indigência sem nome, dependentes das ajudas internacionais, não sabendo sequer já tirar da terra o seu sustento. Os mais espertos tomaram conta do poder e das suas riquezas, e os que não se resignam emigram, sabe-se lá à custa de que sacrifícios, quantas vezes pagando com a própria vida a ousadia.
Angola, Brasil, Guiné, Moçambique, Nigéria, Zimbabwe... todos conhecemos a lista. Cada vez que me cruzo na rua com um desses emigrantes pergunto-me se aquela vontade de progresso, aquele apego à vida não poderia ser utilizado na sua própria terra. Como foi isto possível?

domingo, setembro 12, 2004

Sinais


"Any contact that we might establish with extraterrestrial life-forms is more likely to occur from a physical artifact than from electromagnetic communication".
(Um artigo do National Geographic )

sábado, setembro 11, 2004

Porque será

que gosto de ler jornais de trás para a frente,
e sobretudo revistas? Sei que não sou o único,
mas ainda não percebi porquê - excepção feita à
Revista do Expresso, por causa daquela Pluma a
quem todas as semanas eu perdoo os Caprichos.

Goethe


"Quando um ser humano desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a energia da sua alma, todo o Universo conspira a seu favor!"

Jam-tarada


Este nosso amigo, o Zé do Telhado, num gesto bem ao seu estilo, resolveu partilhar o saque com alguns companheiros. Bute lá?
faz aqui tua reserva.



sexta-feira, setembro 10, 2004

Cassetes e piratas

Ontem à noite, no programa Clube de Jornalistas do 2º canal, ouviram-se algumas opiniões sobre o caso das gravações feitas por jornalistas, e que seriam ilícitas quando feitas à revelia dos escutados. Ninguém se lembrou de dizer que se considera esse procedimento ilícito para protecção da privacidade de pessoas de bem, não para proteger canalhices.

quinta-feira, setembro 09, 2004

Viva a blogodiversidade!


O melhor blog da paróquia continua a ser o
Vitriolica. E em inglês...
Efeitos da blogalização. Bem feito!
Para quem ainda (!) não conheça,
o endereço está na coluna aqui ao lado.
PS: Já depois deste post aqui colocado,
encontrei aqui um acérrimo opositor
desta forma de humor. Ele há gostos para tudo...

Só para quem gosta... e sabe do que se trata


um site para especialistas.


quarta-feira, setembro 08, 2004

Se depois disto

Quem quer casar com a carochinha?

Leia e decida-se.

A Holanda

"um santuário de ilegalidades", segundo Luís Delgado.
Os broncos portugas, a quem supostamente as palavras do comissário político se dirigem, não conhecem a Holanda para além do Ajax e do Van Basten, e que se pode fumar erva nos bares. Mas esses também não lêem, a não ser talvêz as "gordas" do Correio da Manhã e da Bola...
Para quem conheça a Holanda, é simplesmente ridículo.

terça-feira, setembro 07, 2004

Portugal à solta!


Hoje, 7 de Setembro, nem de propósito!
Encontrei este Canto do Brasil com música e tudo, que descobri aqui.

segunda-feira, setembro 06, 2004

A VIDA


...é uma peça de teatro que não permite ensaios.
Por isso,
cante, chore, dance, ria e viva intensamente antes
que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. (Charlie Chaplin)
Uma boa sugestão de a-fonte para começar o dia.

sábado, setembro 04, 2004

Volto

depois de dez dias de mar e de uma ilha quase deserta e sem notícias, para constatar que aqui na terra continua tudo na mesma. O governo que temos continua a ser o governo que merecemos, tudo a mesma merda, à parte as contas bancárias dos espertalhaços, que essas devem estar cada vez mais compostas, presumo! Haja Deus e salve-se quem puder. Bloguemos...

Já se desconfiava


"...Le journaliste, il écrit ce qu'on lui dit d'écrire. La presse appartient aux grands groupes industriels. La seule chose qui intéresse ces grands groupes, c'est faire du fric. Qu'est-ce qui rapporte le plus de fric dans la presse : le lecteur ? le téléspectateur ? Ben non, la vente d'espace de pub. Donc, le JT, très regardé, n'est pas fait pour satisfaire le français moyen qui le regarde, mais l'acheteur d'espace de pub. Ce n'est pas parce qu'un sujet dérange qu'on ne le fasse pas. Mais parce qu'il dérange celui qui va passer sa pub avant, après ou pendant le journal..."
Ler o original.

sexta-feira, setembro 03, 2004

O primeiro preso político

que eu conheci, era um Angolano branco que tinha sido preso na sequência da insurreição armada de 61 em Angola, então chamado de terrorismo pelas autoridades Portuguesas da época. Conheci-o, regressado do Tarrafal em meados de 74, andava ele fascinado a revisitar a sua terra de onde tinha estado afastado cerca de treze anos. Era um homem culto e tinha entretanto arranjado emprego como redactor num jornal da Capital. Cruzámo-nos numa estrada do interior, entre uma pensão e uma boleia de camião, cada um de nós nas suas deambulações profissionais.
Angola, entre 1961 e 1974, tinha dado um salto tão grande em desenvolvimento que estava praticamente irreconhecível para este nosso amigo. Fascinado, não só pela sua liberdade recente como por tudo o que via e que encontrava de novo, foi uma companhia que nunca mais esqueci. Viajámos algum tempo juntos, partilhando a mesma boleia, eu curioso por saber histórias da clandestinidade e das prisões, desconhecidas da maioria da população, ele curioso também com todas as novidades que encontrava à sua volta. Lembro-me de me dizer que quando foi preso só havia setenta quilómetros de estradas asfaltadas em todo o território. Quarenta entre Luanda e Catete, e mais trinta entre Lobito e Benguela. ( Isto num território 14 vezes e meia maior que Portugal e com metade da sua população)
- Agora, todas as cidades de todas as províncias estão unidas por óptimas estradas asfaltadas. Há aeroportos e ligações aéreas para quase todo o lado! Dizia ele. E eu perguntava, curioso pela experiência política tão diversa da minha que aquele homem parecia ter.
- E o que é que acha que se deve fazer agora que isto vai ser um País independente e que vão ser os Angolanos a decidir sozinhos o seu futuro?
- Não mexam em nada, não estraguem nada, o progresso deve continuar a avançar, e ser um benefício para todos. Para isso é só preciso introduzir JUSTIÇA SOCIAL, mais nada. A vida encarrega-se do resto.
"Não mexam em nada!"
Hoje, tantos anos depois, percebe-se que foi no sentido oposto que se caminhou. Não só se destruiu tudo como Justiça social, foi coisa que nunca houve nem há. Tornaram-se alguns oprimidos opressores, deixando os mais oprimidos ainda pior.
Só há a concluir que...